Jovens licenciados e o mercado de trabalho


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A Comissão Política Nacional da Juventude Popular reage com perplexidade à proposta do Partido Social Democrata para que se crie um programa especial para estimular a entrada de jovens licenciados no mercado de trabalho.

O espectro liberal com que olhamos para o funcionamento do mercado, não nos permite aceitar que o Estado tenha um papel interventivo quando os dois actores em causa são os mais esclarecidos sobre as regras: as empresas e os licenciados.

Aceitamos que se discutam e se solucionem os problemas inerentes a cada um dos actores, rejeitamos, no entanto, que o Estado interfira no relacionamento entre ambos.Estará o problema do lado das empresas?

Temos a profunda convicção de que os empregadores não estão a prescindir de mão-de-obra qualificada a favor de trabalhadores indiferenciados para funções de relevo empresarial.

Temos igualmente a percepção que não estão a ser criados postos de trabalho de qualificação intermédia.

A realidade é que as empresas portuguesas contratam muito pouco.
Contratam pouco porque se encontram asfixiadas pela carga fiscal que o Estado insiste em impor à economia, asfixiadas pelo contributo social desmesurado que cada trabalhador significa para cada empresa.

Compreendemos que, desta forma, não constitua um estímulo criar postos de trabalho qualificados em Portugal.Estará o problema do lado dos jovens licenciados?

Nesta matéria a Juventude Popular há muito vem afirmando a subsistência de problemas graves na área da educação.

Há muito denunciámos o elevado número de cursos, há muito denunciamos a desadequação de muitos cursos ao mercado de trabalho, há muito que reclamamos uma urgente e eficaz adaptação aos princípios de Bolonha, há muito reclamamos uma aposta séria nos cursos técnico-profissionais.

Não queremos com isto dizer que a culpa é dos jovens licenciados. Eles são, frequentemente os melhores entre os melhores. Recorrentemente se diferenciam entre os seus pares europeus, recorrentemente apresentam projectos verdadeiramente empreendedores, recorrentemente criam soluções tecnologicamente inovadoras aplaudidas internacionalmente.

Lamentável é que, também recorrentemente, o Estado não dê resposta ao ímpeto empreendedor dos jovens portugueses, lamentável é que os mais qualificados e saudavelmente ambiciosos não encontrem mercado de trabalho em Portugal, lamentável é que para muitos projectos se desenvolverem, as patentes tenham que ser apoiadas e adquiridas por outros Estados.

Os jovens precisam que os deixem trabalhar e não que lhes digam onde e como irão trabalhar.

Os jovens precisam do saudável liberalismo do futuro e muito pouco do intervencionismo doentio do passado, muitas vezes criador de obstáculos e de injustiças do Estado.

Demarcamo-nos, assim, de uma iniciativa que apenas visa garantir emprego, sem qualquer consequência estrutural para o mercado de trabalho, para os jovens licenciados, para as empresas, para Portugal.


1 Responses to “Jovens licenciados e o mercado de trabalho”

  1. Anonymous Anónimo 

    É verdade, a realidade nacional é uma vergonha

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