Os Jovens e a Política

0 comments


A Juventude Popular entende que as últimas discussões públicas sobre os jovens e a política, nomeadamente após as declarações do Sr. Presidente da República no passado dia 25 de Abril, são depreciativas para a juventude portuguesa, bem como tentam desviar do essencial do problema. Neste comunicado escrito por Vera Rodrigues, a Juventude Popular manifesta a sua recusa em aceitar este paternalismo tão prejudicial para os jovens portugueses!
De quem é a culpa?!As recentes notícias vindas a público sobre os jovens e a política pouco parecem querer contribuir para a construção de uma imagem positiva acerca da juventude portuguesa dos nossos dias, acerca de nós. Se por um lado nos identificam como seres alienados da realidade e do contexto nacional, por outro chegam mesmo a querer evidenciar uma ignorância que nos coloca suposta e imediatamente num patamar inferior ao dos adultos, esses sim, por natureza cultos e esclarecidos, que tudo conhecem e dominam no que à actualidade política e aos protagonistas da mesma diz respeito.Recuso-me de facto a aceitar a superficialidade e a forma isolada com que se fala do famoso estudo revelado recentemente, trazendo a lume uma realidade que está muito para além dos jovens e que não lhes diz exclusiva e unicamente respeito.Há quem venha imediatamente alegar como razão única a falta de competência e credibilidade dos dirigentes políticos como razão para esse desconhecimento e afastamento. Recuso-me a aceitar esse argumento. O que poderíamos então por exemplo dizer da Casa Branca e de Bill Clinton, da Família Real Inglesa e seus sucessivos escândalos? Parece-me bem mais grave, parece-me que nós Portugueses estamos longe, felizmente ainda bem longe disso...Tudo parece ajudar a identificar razões e factores distintos. O sistema de ensino, os programas curriculares, os professores e os pais de hoje não sabem nem querem saber, não ensinam nem querem ensinar ou incutir um espírito de cidadania e de participação cívica naqueles cuja educação tem a seu cargo. Será então de admirar? Com que legitimidade se vem fazer soar o alarme duma realidade que é óbvia e que todos conhecem, porque nela estão directamente envolvidos? Deixemos o acessório e concentremo-nos no essencial. Sugiro que comecemos pela base, pela raiz do problema e não pela absurda constatação do óbvio. Ou a culpa morrerá solteira..uma vez mais!13.5.2008
Vera Rodrigues





O Governo pretende pôr em marcha um sistema de avaliação de desempenho dos professores. Tudo aquilo que a actual equipa do Ministério da Educação tem feitos nos últimos tempos, tem gerado enorme perturbação nas nossas escolas; o sistema de avaliação de desempenho dos professores não foge à regra.
As trapalhadas têm sido muitas e a indefinição é enorme: o Conselho Científico para a Avaliação de Professores ainda não funciona, os prazos definidos por lei são impossíveis de cumprir, os parâmetros e critérios de orientação não existem, a carga burocrática deste sistema é insuportável, a Sra. Ministra e os Secretários de Estado proferem regularmente declarações contraditórias, etc. Enfim, o habitual rol de trapalhadas!
Ontem mesmo esteve presente na Comissão Parlamentar de Educação a Sra. Ministra da Educação. Não foi dada nenhuma resposta satisfatória às diversas questões colocadas pelo CDS, sendo de concluir, infelizmente, que não há qualquer abertura por parte do Governo para que seja melhorado o sistema!
O CDS é favorável ao desenvolvimento de um exigente, mas razoável e justo, sistema de avaliação de desempenho dos professores, pois estamos convencidos que este significará um eficaz contributo – entre outros - para a melhoria geral do nosso sistema educativo.
Precisamente por isto, consideramos absolutamente necessário que o sistema de avaliação de desempenho previsto no Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, seja alterado. Para esse efeito, o CDS dará entrada na Assembleia da República de um Projecto de Resolução, que tem, essencialmente, as seguintes finalidades:
- desburocratizar o sistema;
- impedir que os professores sejam avaliados pelas notas que dão aos seus próprios alunos;
- assegurar que o sistema de avaliação de desempenho apenas terá início no próximo ano lectivo, depois de serem bem conhecidas todas as regras necessárias à sua aplicação.
Assim, por iniciativa do CDS, vamos ter um debate parlamentar sobre esta matéria. Por isso, pretendemos recolher a sua opinião sobre a avaliação de desempenho dos professores; dê-nos também as suas sugestões para a melhoria deste sistema e para a criação de condições para que o mesmo seja exigente, mas simultaneamente justo e realizável.
José Paulo Carvalho
[20-02-2008]




Moção de Estratégia Global - DIRECTOS AO FUTURO

O CDS preocupa-se com a solvência do nosso sistema de pensões, ou seja, com a garantia de que o Estado honrará os compromissos adquiridos. Isso significa encontrar o equilíbrio prudente entre a solidez do financiamento do sistema e a maior auto-determinação, sobretudo dos jovens que entram no mercado de trabalho, no planeamento das suas poupanças. (p.11)

A segunda inquietação dominante tem a ver com a questão do emprego – ou com os níveis de desemprego já verificados. Na questão do desemprego verifica-se um bloqueio económico sério – a rigidez e a falta de competitividade da nossa economia – e um problema social crescente. Em especial, junto dos jovens que não têm uma primeira oportunidade; (p. 12)

Uma aposta em duas políticas fundamentais: a liberdade de ensino, concorrência e qualidade no sistema educativo, democratizando a efectiva liberdade dos pais escolherem a escola que desejam para os seus filhos; e um arrojado programa de conciliação entre a vida laboral e a vida familiar, que constituirá uma das iniciativas políticas mais ambiciosas do CDS neste mandato, tocando todos os pontos que "congestionam" essa liberdade: legislação sobre licença de maternidade e paternidade; uma nova oferta de possibilidades no trabalho a tempo parcial; uma nova ambição na partilha de responsabilidades entre o sector público, a iniciativa social e a empresa socialmente responsável, do ponto de vista dos equipamentos de suporte à infância.

Estamos preocupados com a perda de referências de autoridade na sociedade portuguesa. A desvalorização do conceito de autoridade é directamente tributária de uma certa cultura herdada do processo revolucionário e da "correcção política" dominante. Apontamos para a revalorização das funções de autoridade e não nos falta por onde começar.
Autoridade das forças policiais: nas cidades e nas suas periferias é evidente o crescimento dos indicadores de violência, criminalidade grupal, delinquência juvenil, bem como das agressões aos agentes da autoridade. O CDS não fará, nesta matéria, concessões. Não defendemos, obviamente, um Estado securitário. Mas queremos, e não vemos companhia nessa posição, polícias respeitadas e respeitadoras, com efectiva autoridade para prevenir e agir. Assim como o CDS se orgulha de ter contribuído para prestigiar e modernizar as Forças Armadas, sabemos que há um imenso trabalho para fazer no plano da organização, gestão, preparação e equipamento das forças policiais – face aos novos tipos de criminalidade, que põem em risco a vida e os bens das pessoas. Esta aposta terá de estar em linha com as políticas penal e de inclusão social. (p.15)

Autoridade do professor na escola: é inaceitável a passividade com que as instituições assistem à degradação da posição de autoridade que define o professor dentro da escola e na própria sociedade. O "eduquês" é uma estupidez ideológica; mas existe, é nocivo e marcante como discurso oficioso do Ministério de Educação, é largamente responsável pelo apagamento de todo e qualquer sinal de mérito e esforço na avaliação, frequência e disciplina dos alunos; a essa tendência, junta-se um falso igualitarismo, que pretende, pela negligência e pelo receio, dissuadir os professores do exercício da sua autoridade. O CDS está frontalmente contra este relativismo educativo. (p.16)
Este é, em meu entender, o caminho para um CDS maior e uma oposição melhor. Peço o vosso apoio no sufrágio desta Moção, na votação dos órgãos nacionais que lhe darão suporte e na participação na vida do partido.

Paulo Portas