referendo ao aborto 
					
					
						Published sexta-feira, fevereiro 09, 2007 by a.tavares | E-mail this post 
   
   
   
     
     
     
     
   
   
   
				 
	
				
				Caras(os) amigas(os)
Mais uma vez, vou votar Não no próximo Domingo.  Muitos de Vós já o sabíeis, outros certamente desconfiáveis, mas cá está a  madrugada a irradiar sobre as suposições: vou votar Não no referendo!
Tinha prometido a mim mesmo guardar algum recato nesta campanha. No  entanto, chegado ao último dia e vendo o chorrilho de disparates ditos de parte  a parte, não consigo mais!... BASTA!!! E, ou porque não vou votar Não pelos  motivos que estarão a pensar (se pensarem em motivos religiosos poupem-se e  poupem-me ao trabalho de vos repetir a frase velha de séculos: “A César o que é  de César, a Deus o que é de Deus”!!!), ou porque não voto Sim por motivos  diversos daqueles que também suporeis, aqui Vos envio a explicação – sim,  reconheço também tratar-se de alguma forma de campanha, mas como quase todos os  jornais e televisões e afins a estão a fazer pelo Sim, permitam-me que na justa  medida defenda a minha dama, anunciando embora, em primeiro lugar, qual o chão  onde piso; se todos os media assim agissem, teríamos uma democracia mais rica e  verdadeira. Mas isso são contas de outro rosário...
Não quero saber quem  já abortou, quem está em vias de, quem irá fazê-lo no futuro. Sei de algumas  pessoas que o fizeram ,conheço os motivos e não quero agora polemizar sobre o  tema (nem acho que deva!). Sou por princípio contra, o que não implica que, por  isso, ande por aí a atirar pedras aos outros – e esse é um dos maiores equívocos  desta campanha!
Voto Não a uma pergunta concreta - Concorda com a  despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da  mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente  autorizado? - porque acho discordo da solução apresentada. Aliás parece-me  hipocrisia que me venham todos dizer que são contra o aborto (coisa que depois,  misteriosamente não se revela no sentido de voto, apresentando aquela balela do  “eu sou contra mas não posso impedir quem quer fazer”... Pois, está bem, mas  como o meu voto é exactamente a expresão do meu pensamento sobre, parece-me que  a cisão, hábil, mas tonta – perdoem-me os que assim pensam! -  é caso para os  psicanalistas estudarem) e depois apenas tenham a apresentar uma mão cheia de  nada como solução. Não, não concordo, porque a fazê-lo teria de considerar que  todos os motivos são válidos – o que não acontece, por exemplo, no caso que a  SIC numa das suas brilhantes reportagens (ou não!), por acaso trouxe à antena: a  Senhora que fez mais de 20 abortos porque queria que os 2 filhos que já tinha  andassem num colégio interno, e não gostava de usar contracepção!!! Isto -  perdoem-me os que pensam diferentemente – é para mim inaceitável! Bem como o  aborto por causas económicas (será que já baixámos os braços na luta contra a  pobreza e desigualdades sociais??? Mas onde está a esquerda??? Onde está a tão  apregoada igualdade??? E a solidariedade (seja isso o que for?)??? Voto Não  porque “um descuido”, “ele não gosta de usar preservativo”, “a pílula engorda”,  “deu-nos os calores” não são, para mim, motivos que justifiquem. (podem rir-se a  lê-los, mas o que é certo é que o Blogue do Sim está cheio deles como causas  justificativas... e o que é certo é que, ganhando o Sim, estes vão ser motivos  tão válidos como outros quaisquer que nos apresentem (ou não!). Para mim, a  responsabilidade tem de ser exercida antes, no momento da decisão da relação  sexual (aliás alguns destes argumentos menosprezam a autodeterminação sexual,  para no fim, reivindicarem uma suposta liberdade e vontade livre), não depois,  como decisão de recurso para uma decisão (ir)responsável e (ir)reflectida.
Estais dispostos a aceitá-los? É essa a sociedade que preconizais?Se  sim, votai em consciência, Sim! Se não votai em consciência, Não! Mas antes,  atentai nos textos que vos mando: um são as razões de um liberal para votar não  (aquele com o qual mais me identifico); o outro é a declaração  de voto do mesmo  liberal (Rodrigo Adão da Fonseca); o outro é um texto da Rita Barata Silvério, a  famosa (sabe Deus porquê?) “Rititi”, também publicado na Atlântico e que  considero inqualificável, mas com um mérito: mostra bem o que está em causa (e,  confesso-vos, se estivesse em dúvida, depois de ler o texto dela, votaria Não  com toda a certeza!!!). Peço-vos que os leiam, que meditem, que se informem – o  Blog do Não e o Blog do Sim, são boas fontes – e que votem em consciência. Sem  ceder a extremismos, sem acreditar em tudo os que nos dizem nas várias  campanhas, enfim: partindo de um certo cepticismo para encontrar a decisão que  Vos pareça mais correcta. Boa reflexão é o que Vos deseja este Vosso (salvo  seja!;-))
Com Abraços, Beijos
Luis Miguel Pistola
                		
                 
	
			 
 
	
 
  
 
 
 
						
					
				
			
		
	
 
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