A saúde doente


E-mail this post



Remember me (?)



All personal information that you provide here will be governed by the Privacy Policy of Blogger.com. More...



Os tempos actuais exigem o corte no que é acessório e investimento no essencial. Nesta óptica o governo PS decidiu concretizar cortes na área que talvez mais gasta em Portugal: a Saúde. Assim foram reorganizados os serviços de urgência e as Maternidades e aumentadas as taxas moderadoras.
Em relação às Maternidades era indispensável a reorganização dos serviços devido à escassez de profissionais especializados nesta área. No entanto, o encerramento de algumas unidades devia ter sido acompanhada pela melhoria das condições das unidades que se mantêm abertas o que não tem acontecido.
O mesmo princípio é aplicável aos Serviços de Urgências, se bem que aqui a gravidade de algumas urgências não é compatível com a distância a que se encontram algumas populações do Serviço de Urgência mais próximo. Não nos podemos esquecer que nos encontramos num país em que existem populações com dificuldade de acessos e que o nosso INEM não é ainda um serviço com capacidade para responder a todas as urgências mais graves. No fundo, estamos a aplicar um estudo que se baseia em números, ou seja, um estudo teórico que só nos próximos anos veremos se será prático.
Em relação às taxas moderadoras é no mínimo imoral que um estado que obriga os seus cidadãos a pagarem o serviço de saúde público exija depois, que no momento em que ele se encontra mais vulnerável, ou seja, quando adoece, o pagamento de uma comparticipação. É caso para dizer que neste país é preciso ter sorte até quando se adoece.
No fundo, estamos a falar em mais uns remendos em algo que não pode ser remendado. É tempo de assumir que o nosso actual sistema de saúde faliu e que é necessário encontrar outras soluções. Os hospitais empresa eram uma boa solução mas foi mal aplicada e agora gastam mais recursos em administradores do que em médicos. Penso que é inevitável a evolução do sistema de saúde para um sistema privado que procura o lucro e a qualidade. O papel do estado deverá ser sempre o de assegurar o acesso de todos aos cuidados de saúde e regular a concorrência entre os privados. Isto permitiria transformar uma área deficitária em área lucrativa e a qualidade dos diferentes serviços seria melhorada. Esta é para mim a melhor solução para os portugueses especialmente os mais pobres já que os ricos podem recorrer sempre à melhor qualidade. A diferença é que num sistema privado os mais pobres também o poderiam fazer desde que este fosse bem regulamentado.


Hélder Rodrigues


0 Responses to “

A saúde doente

Leave a Reply

      Convert to boldConvert to italicConvert to link