Arte urbana ou vandalismo? -- Jornal "A Cabra"


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Na cidade são visíveis várias
frases e ícones expressos em
murais. Enquanto alguns
consideram os dizeres como
formas de arte, para outros só
sujam a cidade e podem vir até
a condicionar a candidatura da
Alta universitária a Património
Mundial da Humanidade
pela UNESCO

(...)
O dirigente do Núcleo de Estudantes Populares
da Universidade de Coimbra (NEPUC),
Fernando Neves, afirma que “os murais
não são feitos por questões artísticas,
mas totalmente por questões políticas” e
acrescenta que “se a JCP quer publicitar os
seus congressos, deve fazê–lo de uma outra
forma”.

“Na moda” a partir do 25 de Abril
Muitas vezes vistos como forma de linguagem
e de comunicação visual, “os murais
têm importância política, não só para
afirmar aquilo que defendemos, mas também
para nos expressarmos a nível artístico”,
sublinha Joana Silva. “Trata–se de uma
arte do povo, de uma tradição que já está
enraizada na sociedade portuguesa a partir
do culminar da ditadura militar, em 1974”,
acrescenta.
O surgimento de “graffittis” nos muros
das cidades portuguesas após a Revolução
dos Cravos foi adquirindo um significado
político, simbólico, utópico e vanguardista
(ver caixa). Em contraste com a tradicional
associação à interdição absoluta, as paredes,
no dizer do escritor Diogo Pires Aurélio,
“passaram a funcionar como cenário do
excesso de liberdade que a história não

permitia narrar”.
Contudo, Fernando Neves entende que
“o 25 de Abril de 1974 surgiu na tentativa
de dar liberdade às pessoas e os autores
destes painéis, quando os fazem, põem em
risco toda a conquista de liberdade”. O representante
do NEPUC defende que “todos
têm que saber governar a herança de Portugal
e de todos, logo tem de haver bom
senso neste tipo de situações”.
Anunciada no início de 2006, a candidatura
da Alta universitária de Coimbra a Património
Mundial da Humanidade pela
UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura) é uma
das principais fontes de preocupação e divergência,
chegando a pôr em causa o direito
de expressão através de murais.

O membro da Juventude Popular, Hélder
Faria, adverte para o que considera como a
desnecessária destruição do valor tradicional
e histórico que há em Coimbra. “É um
espaço de todos e, portanto, temos o direito
a ficar indignados com este tipo de pinturas,
que em nada glorificam a nossa cultura
social, nem a nossa cidade”, justifica.

A resposta da Juventude Popular é clara
no que respeita à defesa do património. Hélder
Faria reforça que “escrever nas paredes
não é realmente o caminho para tentar
transmitir mensagens” e revela que até gosta
de ver murais, mas “nos sítios certos, não
em monumentos”.


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